3.1.06

Charlie Parker foi o maior astro do estilo de ritmos quebrados e melodias desentoadas da história do jazz: o bebop! Era tão idolatrado, que fãs imitavam seu estilo de vida auto-destrutivo, mergulhado em heroína, acreditando que assim conseguiriam tocar como ele. Morreu pelo vício aos apenas 34 anos de idade (o médico legista especulou que teria mais de 50 anos, por causa da aparência de seu corpo). Mas o que me interessa aqui não é a tragédia da sua vida. Por exemplo, dizia-se que Bird, seu apelido, lhe foi dado por causa da maneira que tocava, que podia voar através da decomposição das músicas por múltiplas notas. Bom, conheço outra história. Na sua época, os músicos faziam turnês atravessando o país de trem ou de carro. Durante uma viagem, o carro em que Parker viajava atropelou umas galinhas. Aparentando uma espécie de consternação, Charlie mandou o motorista parar e voltar com o carro ao local onde ocorrera o atropelamento. Para surpresa dos outros passageiros, ele saltou do carro, apanhou as galinhas, e voltou falando para prosseguirem viagem. Chegando a hospedagem, e carregando as aves, procurou uma cozinheira e mandou prepara-las para a janta. Não é que Parker comeu-as sozinho? A partir daí, seus colegas passaram a chama-lo de Yardbird (algo como ave de quintal, como galinha, pato ou peru). Com o tempo, abreviaram para Bird... Outra boa ocorrida durante uma viagem (desta vez, nada a ver com seu apelido): estavam passando por áreas rurais, cheias de fazendas, quando alguém comentou casualmente que lera um artigo afirmando que o gado apreciava música. Charlie Parker ordenou subitamente que parassem o carro em que viajavam, saltando uma cerca empunhando seu saxofone. Para espanto de seus companheiros, tocou durante vários minutos diante uma vaca atônita! Ah, os gênios! Acho que são mais humanos que a gente.

4 comentários:

Anônimo disse...

Meio estranho esse lance dele mandar parar o carro, naquele tempo os negros não mandavam porra nenhuma nos estadusnidos, a não ser que o motorista fosse negro também, ou mexicano...

Anônimo disse...

o que é essa internet... já é a segunda 0-Rama que achei (além de mim!)

só que minha página não tem nada a ver com a sua :P beijos, fui-me

Anônimo disse...

...é, som de beatnik. é meio DEPRET, mas eu me amarro. Esses caras eram fodas. Li o On the road esses dias, ainda tô com esse lance beat na muringa. Fascinante

Anônimo disse...

Hm... Os beatniks gostavam de bebop, mas o bebop não é um som deprimente, não. É um estilo muito "atlético", ágil. Mas como a meca dos beatniks era São Francisco (Frisco), gostavam tb do estilo chamado de "costa oeste", o cool jazz, este às vezes com melodias tristes (nem sempre!), e tinha em Chat Baker, Brubeck, Mulligan, Stan Getz alguns dos seus principais músicos. Repare que o cool jazz tinha maior predominância de músicos brancos, o que para mim não significa vantagem nem desvantegem nenhuma...